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sábado, 18 de julho de 2015

“Não há mais volta, a partir de hoje, minhas relações com o governo estão rompidas”, diz Cunha




O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que há tempos já vem dando trabalho para o governo federal, resolveu finalmente tomar sua posição contrária ao governo publicamente. O anúncio aconteceu após o executivo Júlio Camargo, da construtora Camargo Corrêa, relatar ao Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot em delação premiada, que Cunha teria pedido diretamente a ele uma propina de R$5 milhões por facilitar a escolha da construtora para um contrato de navios-sonda da Petrobras. 

A Presidência da República lançou uma nota oficial logo após o pronunciamento de Cunha. No texto, a secretaria de comunicação social cita que a parceria entre PT e PMDB vem desde o governo Lula, e exalta o papel do vice-presidente, dos ministros e parlamentares do PMDB na “sustentação do projeto que vem transformando o país”. A nota também pede que Cunha seja isento nas decisões e ações enquanto presidente da Câmara, além de reafirmar a total cooperação do Governo Federal com a Polícia Federal e a operação lava-Jato.

Preso desde o final do ano passado, Camargo ainda não tinha tocado no nome do presidente da Câmara em suas delações, o que levou Cunha a acreditar que o executivo teria mentido por pressão de Janot, que estaria buscando visibilidade devido à proximidade com as eleições na PGR, e as intenções do procurador de se eleger novamente.

Segundo a delação de Camargo, o pedido de propina aconteceu no Rio de Janeiro, e o valor foi pago através de “Fernando Baiano”, conhecido como o operador do PMDB nos contatos ilícitos com a Petrobras. Segundo Camargo, Cunha disse textualmente que a construtora devia dinheiro ao Baiano, e que o presidente da Câmara também devia receber algo na negociata. 

"Tivemos um encontro o deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. Eu fui bastante apreensivo. O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de US$ 5 milhões", disse o executivo a Janot.
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